quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Sereiazinha - Mari & A Pequena Sereia - sem você


A Sereiazinha



    O conto de fadas que inspirou os estúdios Disney a criarem o desenho animado A Pequena Sereiafoi originalmente escrito originalmente em 1836 pelo dinamarquês Hans Christian Andersen (foto). Se você lê em inglês, o conto está disponível no site Hans Christian Andersen .

   

 Um breve resumo da história:



       Tudo começa quando a sereiazinha recebe autorização para ir à superfície e salva o príncipe de um naufrágio. Contudo, o jovem príncipe nunca fica sabendo que fora ela sua salvadora, ele pensa ter sido uma garota humana. Melancólica, a sereiazinha vai até a bruxa do mar pedir que ela a transforme em humana, em troca disso, a bruxa tira-lhe a voz, pois era a mais bela voz do oceano.
       Após a transformação, a sereia encontra o príncipe e passa anos muda em sua companhia. Um belo dia, o príncipe reencontra a garota que ele pensava tê-lo salvado e se casa com ela. A maldição da bruxa era que a sereiazinha morreria se o príncipe se casasse com outra, então, suas irmãs cortam seus próprios cabelos e os dão à bruxa em troca de um punhal que devia ser enterrado no coração do príncipe para salvar sua irmã mais nova.
       Porém, para não morrer, a sereiazinha teria que matar o príncipe naquela noite e deixar gotas do sangue dele caírem em suas pernas para que ela voltasse a ser sereia. Não tendo coragem de matar seu amor, ela se sacrifica e morre, se transformando em uma filha do ar que dali a 300 anos conseguiria uma alma imortal se ajudasse os outros.


 Fatos curiosos:
  • Ela não tem nome. Referem-se a ela apenas como "sereiazinha".
  • Eram apenas seis irmãs e não sete como no filme.
  • Quando as sereias completavam 15 anos, recebiam uma autorização para visitar a superfície.
  • Era a avó paterna que cuidava das princesas e não o rei.
  • As irmãs encorajam a sereiazinha a ir ver o príncipe.
  • A avó era especialista em coisas humanas e a sereiazinha sempre a consultava.
  • O povo do mar vivia até 300 anos e quando morriam se tornavam espuma do mar.
  • Não possuíam uma alma imortal como os seres humanos. O único jeito de uma sereia conseguir uma era se apaixonarem por um humano e fazê-lo se apaixonar por ela.
  • Ela vai procurar a bruxa do mar por livre e espontânea vontade.
  • A bruxa diz que a sereia é tola em querer ser humana que que irá sofrer muito quando se tornar uma.
  • A bruxa corta a língua da sereia para impedi-la de falar e diz que seduzirá o príncipe com seu "belo corpo e lindos olhos".
  • A família da sereiazinha vai visitá-la à noite no lago do palácio.
  • O príncipe realmente se apaixona por sua noiva humana e não é hipnotizado como no filme.

 Citações:

Como o conto é poeticamente belo, vale a pena ler algumas de suas passagens. Note as semelhanças e diferenças entre o conto e o filme.
  • "Muito longe, em alto mar, a água é azul como o mais azul dos miosótis e tão clara como o mais puro cristal. (...) Lá moram as sereias, criaturas metade mulher, metade peixe".
  • "Era muito diferente das outras, essa sereiazinha". "Sua pele mostrava-se tão delicada e macia como as pétalas das rosas, e seus olhos azuis refletiam o azul mais profundo que existe no mar".
  • "Noites e noites passava em sua janela, a olhar o azul escuro das águas, distraída em ver peixinhos rabanando por ali".
  • "O sol acabava de deitar-se quando ela emergiu. As nuvens, porém, ainda estavam tintas de rubro e de ouro. Que esplendor de crepúsculo! A atmosfera mostrava-se sereníssima. O mar, duma calma absoluta."
  • "[No  navio] ela viu um príncipe de olhos negros, aí de uns dezesseis anos. Era seu aniversário que os do navio estavam celebrando com aquela festa".
  • "Resolveu salvar o príncipe. Nadou em direção dele, com muito cuidado para não ser ferida pelos destroços boiantes".
  • "Beijou então a testa do príncipe desmaiado e alisou-lhes os cabelos".
  • "Vamos, irmãzinha - disseram-lhe um dia as sereias. Vamos subir à tona de braços dados para ver o palácio do príncipe".
  • "Começou cada ver mais a afeiçoar-se aos seres humanos e a desejar ardentemente viver entre eles, pois o mundo fora do mar lhe parecia maior e mais belo que o do fundo do mar".
  • "Nossa alma não é imortal. Não temos depois de mortas uma vida nova" - disse-lhe a vovó.
  • "Eu daria metade da minha vida para ser uma criatura humana por um só dia e sentir em meu coração a esperança da vida futura".
  • "Por ocasião destas festas é que se podia avaliar o esplendor do fundo do mar, esplendor como jamais se viu na terra".
  • "[A transformação] lhe causará tanta dor como se seu corpo fosse atravessado por cem espadas. Em compensação ficará sendo a mais linda moça da terra". - disse-lhe a bruxa.
  • "O príncipe, envelado, só lhe chamava 'minha querida'". "Tratava-a como se fosse uma criança".
  • "Se eu fosse obrigado a escolher uma esposa só poderia escolher a ti, minha querida mudinha de olhos tão expressivos!". - disse-lhe o príncipe.
  • "-- Foste tu, sem dúvida, que me salvaste quando eu ia perecendo no mar!". - Disse o príncipe à princesa do reino visinho que aparecera diante dele no dia em que a sereia o salvou.
  • "As mãos da sereiazinha apertaram instintivamente o cabo da faca. Em seguida lançou-a no mar."
  • "E com um último olhar ao príncipe amado, precipitou-se às águas, sentindo seu corpo dissolver-se imediatamente em branca espuma".
  • "Mas as filhas do ar, embora não tenham alma imortal, podem obtê-la por esforço próprio, praticando boas ações".

 O que eu achei:

       Recomendo imensamente a todos os fãs do filme da Disney que leiam o conto de H. C. Andersen.Apesar de ser muitíssimo diferente do filme, a história é belíssima e merece nossa atenção.
      A personalidade sonhadora da sereiazinha está muito presente em Ariel, mas a melancolia da primeira foi substituída pelo lado aventureiro na sereia do filme.
  Penso ser muito válido ler o conto original pois pode-se perceber também o quanto a sociedade mudou desde quando ele foi escrito até quando a Disney fez o filme. Eu fico muito feliz que o estúdio tenha dado um final feliz à história pois senão seria um filme triste e sem diversão alguma.
       Muitos dizem que a Disney errou em mudar o final da história. Ora, se Ariel realmente morresse como no conto, ninguém teria gostado desse filme e ele não seria o sucesso que é hoje. Essa alteração em contos de fada não é uma invenção da Disney. Ela vem sendo feita desde a lenda em suas origens medievais, passando pelas mudanças renascentistas e chegando até nós em forma de desenho animado.


                          A Pequena Sereia - Sem Você

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