quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PERFIL DE DESENGANOS - Fred DeMenezes & Como eu te Amo - Fernandinho


                            PERFIL DE DESENGANOS




Para  aquela  inesquecivel,
última carícia que se foi, 
tenho   mãos   parcas ,
tenho   nadas  com  que  tocar-te,
tenho  somente  um fraco pulsar,
para  suster  o  peso
da  tua  essência  consumida.
Ficando   nessa  tremura  antiga,
que   remonta  a  feridas
e   ferinas   negações.

Se pudesses  olhar-me  agora,
pouco enxergarias   como  
me  vias  ou  que, de tal modo restou,
daquele  doce crepitar  de  altas
aquiescências  incandescidas.
Nem  poderias  sentir  naquele  exato
antes:  o morno de  uma  ventania  finda,  
não percebida,  que alteava   nossas arestas
e  costumava sublevar-te
a  uma   qualquer  vontade
de  não  te  saber,
o  que  serias.

Tão  pouco  intactos  deixamo-nos   ficar, 
naquilo   do  que  perdemos
e  até  do  pouco que  retemos,
que  corta  e  magoa,   faz   sofrer,
contorce-se  ante  o  insustentável.
Ficando  eu   então   assim:
pondo reparos  nos  vãos  da  mente,
longe   do   retempero    do   coração,
mas  sem  o   ardil   do   nosso
perfil   de  desenganos.

Desejo  agora  o  impossível  
de  apenas,  retornar  ao  início
de    quando  era  menino.
Sem   tempo  pra ser triste
e   muito menos   sem ter 
que  carregar
esse   ar   de  punitiva
interrogação.
Que  hoje   ostento,  sem 
nenhum    breve  rito,
de  todos   os  disfarces !
                                    Fred DeMenezes


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                                Como eu te Amo  -  Fernandinho

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