sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ao Tempo o Tempo Silvia Schmidt



Ao Tempo o Tempo
Silvia Schmidt


Se o teu lugar agora parece-te frio e sem atrativos, 

se não há ninguém agora que te inspire a falar ou a ouvir,

se o vento lá fora parece não soprar a teu favor, 

se nenhuma palavra consegue agora tocar o teu coração,

se não sentes vontade de nada, se queres simplesmente fazer nada,

se as coisas da Terra parecem-te opacas e sem graça,

se as coisas do Céu agora parecem-te mentiras, histórias inventadas, 

se teu corpo não quer exercícios, não quer esforços, 
só quer espreguiçar-se, 

se agora nada desperta a tua vontade de crescer, de ir adiante, 
de abraçar aventuras, desafios, novas metas, sonhos ...

se para tuas perguntas não chegam respostas, 

se olhas o relógio como a um inimigo cobrador,

DÁ UM TEMPO ...

O mar não espera pelo rio, no entanto o rio chega.

As árvores não anseiam por novas folhas, 
no entanto elas brotam.

As flores não imploram por chuvas, 
mas as chuvas - cedo ou tarde - caem.

Os pássaros não se preocupam com o céu, 
entretanto o céu lá está.

O dia não guarda ansiedade pelo descanso 
da noite e ainda assim ela chega.

A noite não se abala com a própria escuridão, 
repousando na certeza de que o dia virá.

A semente precisa do escuro da terra para 
abrir-se à luz na hora mais acertada.

Deus não apressa as sementes: 
Ele as conhece e respeita-lhes o tempo.

Se neste momento és semente, sossega, 
respeita-te ... e dá um tempo.

Ao Tempo o Tempo
Silvia Schmidt

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