quinta-feira, 28 de abril de 2011

ANTES QUE ELES CRESÇAM -Affonso Romano de Sant'Anna

ANTES QUE ELES CRESÇAM


Affonso Romano de Sant'Anna


Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.


terça-feira, 12 de abril de 2011

Senhora Dona Catacrese

SENHORA DONA CATACRESE
Maria Hilda de J. Alão.



Mamãe eu quero saber:
O alho tem dente, ele morde?
O fogão tem boca, ele come?
A mesa tem perna, ela anda?
Diga-me, também, sem ficar brava,
A xícara tem asa, ela voa?

Filho, isso é coisa de dona Catacrese,
A distinta figura de linguagem
Do nosso rico idioma.
Ela brinca de fazer comparação
De objetos com partes do corpo humano,

Dos bichos e das aves também.
Ela ganhou vida depois do apagamento
Da etimologia da palavra,
Fazendo-a semelhante à metáfora,
Mas desprovida de poética. Coitada!

Veja menino, em hipótese alguma,
Tente dar alfafa aos cavalos do motor
Do carro zero quilômetro
Lá na garagem do seu avô.

Não quero que me pergunte
Se tendo cabeça o prego pensa,
Nem se o coração da floresta
Bate descompassado.

Nariz de avião não sofre de resfriado,
Olho de furacão não precisa óculos,
Louco é quem se atreve
A coçar as costas da cadeira.

Não diga nunca a ninguém
Que o piano abana a cauda
Lá na sala de música
Nem que cabeleireiro
Penteia o cabelo do milho.

Se pensa que pode ganhar
Dos braços da poltrona um abraço,
Pode esquecer seu sapeca,
Nada de televisão!

Você entendeu o que eu disse?
Abra o livro e estude
Porque no peito do pé eu sinto
Um formigamento estranho
Por ficar em pé falando
De tão importante figura.

Veja lá meu garotinho,
Quando nos falta um termo específico
Para designar um conceito
Tomamos outro por empréstimo.

Mamãe, foi tão boa a nossa conversa,
Você sabe de tudo um pouco
Agora, diga-me o que tem pra comer
Porque a barriga da minha perna
Está roncando de fome. Ahahahaha!

Faça Acontecer

FAÇA ACONTECER!

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Quase não existe diferença visível entre o atleta vencedor e o que chega por último.
Ambos possuem o mesmo número de músculos para trabalhar.
Ambos jogam com as mesmas regras e usam equipamentos semelhantes.
Porém, o vencedor é o que tem a determinação de vencer.
É aquele que faz o que é preciso.
Treina dia após dia, se esforça um pouco mais a cada treino, é capaz de visualizar sua passagem pela linha final
à frente do resto.
Tanto o vendedor melhor pago quanto aquele que raramente realiza uma venda, possuem os mesmos talentos
e recursos.
A diferença está no que eles fazem com o que têm.
Tanto o escritor que mais vende quanto o que nunca publicou nada, possuem o mesmo dicionário cheio de palavras
para trabalhar.
A diferença está no que eles fazem com o que têm.
Você já possui a matéria-prima para o sucesso e a realização.
Você possui o necessário para atingir a grandiosidade em tudo.
Você tem dentro de si o potencial para conquistas extraordinárias.
Ninguém é mais nem menos equipado para o sucesso do que você.
Mas é você quem deve fazer acontecer.
É você quem tem que assumir o compromisso e fazer o que for necessário para atingir a grandiosidade de que é capaz.
Você tem o que é preciso.
Faça acontecer!
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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Você é Muito Especial

Existe um momento em nossa vida, que despertamos para o mundo, como se tivessemos num sonho adormecido.
E buscamos dentro de nós uma força tão grande, uma expectativa esperançosa de ver nossos sonhos realizados.
É um momento só nosso, um momento de carência, de solidão e uma vontade louca de encontrar alguém que se perdeu no tempo, mas que se encontra presente no atual presente.
Observe-se, valorize o que você tem de bom para oferecer, ouça alguém que tem algo importante a lhe dizer, porque você é a pessoa mais especial desse mundo.
Algumas vezes, falamos para nós mesmos que não sabemos o significado da palavra amor, mas podemos senti-lo.
Podemos valorizar este sentimento por cada carícia, por cada gesto meigo, por cada bem praticado. Se existe alguém especial, esse alguém é você.
Pois você está acima do mal.
Muitas vezes, o bem e o mal estão dentro de nós, de você mesmo.
O mais importante é que você saiba eliminar este mal, agindo de maneira consciente, sendo útil, fazendo o bem para si mesmo e para as outras pessoas.
Portanto, o amor que você sente, você deve dividi-lo em quatro partes: o amor a Deus, o amor ao próximo, o amor aos seus parentes e amigos que sempre estiveram ao seu lado e o amor a si próprio.
Agindo assim, com essa capacidade de amar, você estará fazendo a sua história, estará escrevendo nas páginas do livro da vida; que só você; saberá o final.
Porque você... é muito especial!