quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Retratos da Natureza (Cecília Meireles)- & Hello Lionel Richie - Kenny G - Sax Soprano




Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos
dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

(Cecília Meireles)

http://www.facebook.com/RetratosDaNatureza



                        Hello Lionel Richie - Kenny G - Sax Soprano


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A felicidade que buscamos... Mensagem do Minuto & I'll be there for you - Bon Jovi ( Tradução)


A felicidade que buscamos...

Mensagem do Minuto



A felicidade é esse instante mágico

onde você se pega rindo a toa, 

e por vezes, 

com coisinhas tão pequenas: 

um elogio para a sua aparência ou atitude, 

um aumento inesperado de salário, 

um chamado para um emprego muito bacana, 

uma criança que se aproxima do 

nada e diz que te ama, 

e passando os bracinhos em seu pescoço 

te beija bem molhado...

A felicidade é esse ‘bichinho‘ 

que coloca na sua alma um estado 

de euforia tão gostoso, 

que até notícia ruim tem menos impacto, 

amigo chato se torna suportável e até aquela 

aula que você detesta, 

passa tão rápido que você nem percebe. 

Alias, a felicidade tem esse dom de amenizar dores, 

curar feridas, secar chagas expostas, 

tornar o tempo um instrumento 

da medicina para salvar vidas.

A felicidade bate a porta todos os dias, 

é o sol que entra pelas frestas da sua 

janela e você nem liga. 

É o seu animal de estimação que insiste 

em correr para você, 

mesmo quando você está ‘azedo‘. 

É aquele amigo inseparável que te 

atende até de madrugada para ouvir 

às suas queixas. 

A felicidade está ali, 

logo ali, 

naquela oportunidade de servir no asilo, 

contar histórias para ‘as crianças de idade‘ 

ou ensinar alguém a ler e escrever.

A felicidade é mais do que um novo amor, 

mais do que o casamento, 

a maternidade, 

o concurso público que você quer passar, 

a volta de quem partiu, 

ou qualquer bem material. 

A felicidade, é sobretudo, 

a descoberta das suas POSSIBILIDADES, 

da capacidade que você tem de fazer novo 

tudo o que é antigo. 

É descobrir os seus talentos, 

dons que nem você dava valor e que 

podem se transformar em arte, 

em utilidade pública, 

em serviço e ‘a serviço‘ 

do bem geral


A felicidade é isso, 

essa chama que está em seu interior, 

pronta para vir a tona e mostrar 

que tudo pode ser simples ou complicado 

de acordo com o seu olhar. 

Se os teus olhos forem bons, 

tudo e todos serão bons e cada gota 

de chuva que cair na sua porta, 

será sinal divino de que Deus 

não se esquece nem de molhar as suas plantas, 

encher os rios que vão saciar a sua sede, 

e te ama além do que o seu pensamento 

pode alcançar.

Isso é felicidade.

Sinta-se amado, protegido e feliz.

http://www.minutodesabedoria.com.br/


                                 I'll be there for you - Bon Jovi ( Tradução)


domingo, 17 de fevereiro de 2013

O caminho da vida...Discurso Final de Chaplin no filme ''O Grande Ditador'' & MariaBethânia " Diz que fui por ai"

O caminho da vida...



O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. Charles Chaplin
Discurso Final do filme "O Grande Ditador"
Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja.
Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros.
Os seres humanos são assim.
Desejamos viver para a felicidade do próximo -
não para o seu infortúnio.
Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros?
Neste mundo há espaço para todos.
A terra, que é boa e rica,
pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenenou a alma do homem ...
levantou no mundo as muralhas do ódio ...
e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.
A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.
Sem essas duas virtudes,
a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes.
Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.
Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo.
E assim, enquanto morrem os homens,
a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.
Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade!
No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós!
Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas.
O poder de criar felicidade!
Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ...
de fazê-la uma aventura maravilhosa.
Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ...
um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho,
que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós.
Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança.
Ergue os olhos, Hannah!


Discurso Final de Chaplin no filme ''O Grande Ditador'' Titulo Original: The Great Dictador
Direção: Charles Chaplin
Ator: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Jack Oakie,
Reginald Gardiner, Maurice Moscovich

http://www.facebook.com/pages/Paz-Luz-Serenidade-Paci%C3%AAncia-Toler%C3%A2ncia/152639614805456
Maria Bethânia
"Diz que fui por ai"

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Lenda do Amor http://mensagen-romanticas.blogspot.com.br & Maria Bethânia - Eu Velejava Em Você

                                       A Lenda do Amor

http://mensagen-romanticas.blogspot.com.br


Era uma vez, o amor…
morava numa casa repleta de estrela e enfeitada de sol.
Luz não havia na casa do amor, afinal, a luz era o próprio amor.
E uma vez o amor queria uma casa mais linda para si.
Então fez a terra, e na terra fez a carne, e na carne soprou a vida e na vida imprimiu a imagem de sua semelhança.
E chamou a vida de homem.
E, dentro do peito do homem, o amor construiu sua casa, pequenina,
mas palpitante, inquieta e insatisfeita como o próprio amor…
E o amor foi morar no coração do homem.
E coube todinha lá dentro porque o coração do homem foi feito do infinito.
Uma vez…. o homem ficou com inveja do amor.
Queria para si a casa do amor, só para si.
Queria a felicidade do amor, como se o amor pudesse viver só.
Então o amor foi-se embora do coração do homem.
O homem começou a encher seu coração, encheu-o com todas as riquezas da Terra e ainda ficou vazio. (Ele sempre tinha fome).



E continuava com o coração vazio.
E uma vez…
resolveu repartir seu coração com as criaturas da Terra.
O amor soube…
vestiu-se de carne e veio também receber o coração do homem.
Mas o homem reconheceu o amor e o pregou numa cruz.
E continuou a derramar suor para ganhar a comida.
O amor teve uma idéia: Vestiu-se de comida,
se disfarçou de pão e ficou quietinho…
Quando o homem ingeriu a comida o amor voltou à sua casa,
no coração do homem.


E o coração do homem se encheu de plenitude.

                              Maria Bethânia - Eu Velejava Em Você